Messil Networks — Tendência técnica da semana

Tendência técnica em redes de computadores

Messil Networks

10/31/20252 min read

🌐Ethernet 800G: a próxima revolução na conectividade dos datacenters

Com o avanço das aplicações baseadas em Inteligência Artificial, Big Data e computação em nuvem, a demanda por largura de banda e eficiência energética nos datacenters cresce de forma exponencial. Nesse cenário, a Ethernet 800G surge como o novo marco da conectividade de alta performance.
Assim como as transições anteriores de 100G para 400G, a chegada do 800G representa um salto tecnológico fundamental para sustentar a próxima geração de infraestrutura digital.

O que é Ethernet 800G?

A Ethernet 800G é a evolução do padrão Ethernet, oferecendo 800 gigabits por segundo (Gbps) de capacidade por interface. Essa velocidade é alcançada por meio de módulos ópticos de nova geração e técnicas avançadas de modulação, como o PAM4 (Pulse Amplitude Modulation 4-Level), que permite transmitir o dobro de dados no mesmo ciclo elétrico.

Principais características:

  • Largura de banda de 800 Gbps por link físico.

  • Baseada na modulação PAM4 para maior eficiência espectral.

  • Redução de latência e consumo energético por bit transmitido.

  • Compatibilidade retroativa com infraestruturas 400G em alguns módulos.

  • Ideal para topologias Spine-Leaf e ambientes com alto volume de tráfego L2/L3.

Por que o 800G é necessário?

Com o crescimento acelerado da IA generativa, das aplicações em nuvem e do trabalho remoto, os datacenters enfrentam um aumento drástico no volume de dados processados.
O 400G já atende muitas demandas atuais, mas o 800G oferece dobro de capacidade sem necessidade de dobrar o número de portas físicas — o que reduz custos, consumo e espaço no rack.

Entre os principais benefícios, destacam-se a maior densidade de portas, eficiência energética superior e preparo para padrões futuros como o Ethernet 1.6 TbE, atualmente em estudo pelo IEEE.

Comparativo entre 400G e 800G

A evolução do 400G para o 800G não é apenas um aumento de velocidade. O 400G utiliza modulação PAM4 em 8 canais de 50 Gbps, enquanto o 800G dobra a taxa para 16 canais de 100 Gbps, mantendo níveis semelhantes de consumo e espaço físico.
Além disso, o 800G incorpora camadas avançadas de correção de erro (FEC) e melhorias no processamento óptico, o que resulta em menor latência e maior eficiência.

Enquanto o 400G é amplamente utilizado em datacenters corporativos e ambientes em nuvem, o 800G é voltado para infraestruturas com altíssima demanda de tráfego, como redes voltadas para inteligência artificial, HPC (High Performance Computing) e provedores de conteúdo global.

Em resumo, o 400G representa o presente das redes de alta capacidade, enquanto o 800G pavimenta o caminho para a próxima geração de conectividade escalável e preparada para a IA.

Desafios de adoção

Apesar dos benefícios, a adoção do 800G ainda enfrenta alguns desafios. Entre eles estão o custo inicial elevado dos módulos ópticos, a necessidade de compatibilidade entre fabricantes e a exigência de ambientes com alta qualidade de fibra e controle térmico.
Esses fatores tornam a tecnologia mais comum, inicialmente, em provedores de nuvem e hyperscalers, antes de chegar ao mercado corporativo tradicional.

Conclusão

A Ethernet 800G representa um salto estratégico na evolução das redes corporativas e de datacenter, entregando mais velocidade, eficiência e escalabilidade para suportar workloads cada vez mais exigentes.
Assim como a transição de 100G para 400G transformou as redes atuais, o 800G pavimenta o caminho para uma nova geração de conectividade orientada à inteligência artificial e à automação.

Empresas que planejam crescer de forma sustentável e manter competitividade no ambiente digital devem acompanhar de perto essa evolução — porque o futuro das redes já está conectado em 800 gigabits por segundo.